Título: Metamorfose microglial na encefalite viral em modelo murino: Um ensaio quantitativo baseado em reconstruções microscópicas tridimensionais em CA1/CA2

Aluno: Leonardo Sávio da Silva Creão

Local: Videoconferência - Link

Data: 22/12/2020

Horário: 14h

Resumo:

Todas as doenças neurológicas têm seu progresso patológico influenciado pelas células microgliais, que reagem aos insultos com múltiplos fenótipos morfofuncionais que são modulados por estímulos ambientais, idade e natureza do insulto. O vírus piry causa doença febril em humanos e encefalite em modelos murinos neonatos e adultos. Em trabalho anterior usamos este modelo de vírus para induzir encefalite subletal e medir a influência da idade e do ambiente na resposta morfológica da micróglia de CA3 do hipocampo do camundongo. Aqui nós expandimos a investigação original e quantificamos a resposta morfológica reativa da micróglia na área CA1/CA2 de camundongos fêmeas adultas mantidas em gaiolas de laboratório padrão. Para este fim, uma suspensão de homogenado de cérebro infectado e igual volume de homogenado de cérebro não infectado foram inoculados através das narinas de 10 camundongos suíços albinos fêmeas adultas (5 infectados e cinco não infectados) e após 8 dias pós-infecção, todos os indivíduos foram sacrificados e tiveram seus cérebros processados para imunomarcação de IBA1, um marcador seletivo para micróglia. Encontramos que a reatividade da micróglia foi mais intensa ao longo das vias olfatórias, septo, amígdala e CA3 ventral e camada polimórfica do giro denteado ventral. Empregando amostragem estereológica sem viés aplicado a CA1 / CA2, selecionamos micróglias dessa região e realizamos reconstruções microscópicas em 3D submetendo-as a análise estatística multivariada em busca de famílias morfológicas. Esse procedimento permitiu distinguir entre a morfologia microglial de indivíduos infectados e controles. Encontramos três grandes grupos morfológicos, dois dos quais relacionados à micróglia de animais infectados e outro associado à micróglia de animais controle. A análise da função discriminante mostrou que o volume total do ramo, o volume do convex hull e a complexidade morfológica foram às características morfométricas que mais contribuíram para a formação dos aglomerados. Nossos resultados mostraram que a micróglia reativa tem árvores mais complexas e ramos mais grossos que cobrem um volume maior de tecido do que a micróglia dos animais controle. No entanto, coerentemente com análise transcriptômica anterior, a dispersão dos dados relacionados às características morfométricas e o espectro de morfotipos encontrados nos grupos controle e infectado no presente estudo sugerem que um caleidoscópio de alterações morfológicas reativas da micróglia é gerado durante a fase aguda da encefalite.

 

Banca Examinadora:

  • Dr. Cristovam Wanderlei Picanço Diniz (Orientador - UFPA)
  • Dra. Marianne Rodrigues Fernandes (UFPA)
  • Dr. Rommel Mario Rodriguez Burbano (UFPA)
  • Dra. Roseane Borner de Oliveira (UFPA)