Título: Avaliação clínica motora, distúrbios sexuais, função hormonal e qualidade de vida na Doença de Parkinson
Aluno: Claudia Marques Santa Rosa Malcher
Local: Videoconferência - Link
Data: 23/11/2020
Horário: 17h
Resumo:
INTRODUÇÃO: Na doença de Parkinson (DP), as duas principais alterações quanto às disfunções sexuais relatadas são o aumento e a diminuição do comportamento sexual, os quais são temas ainda muito negligenciados no tratamento médico e de poucos estudos na literatura,sendo também raros os estudos com hormônios sexuais na DP. Além disso, essas alterações no funcionamento sexual,configuram-se em sinais não-motores (SNM) da DP, podendo repercurtir no prejuízo da qualidade e satisfação de vida.Por sua vez, as avaliações motoras, que são a base do diagnóstico da DP, dão importante contribuição monitorando a evolução da doença. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi pesquisar alterações no comportamento sexual na DP, e aliar a uma correlação hormonal para verificar possíveis associações utilizando escalas de avaliação específicas para o comportamento sexual, e além disso sugerir estratégias de apoio necessárias ao acompanhamento destes pacientes na região amazônica. METODOLOGIA: Utilizaram-se na avaliação dos pacientes com DP, primeiramente as escalas cognitiva de Montreal (MoCA), MDS-UPDRS e Hoehn e Yahr, seguido da coleta de sangue para as dosagens de estradiol, testosterona total e livre, e prolactina. Na segunda etapa, foi usada a escala da qualidade de vida pela PDQ-39, satisfação com a vida, comportamento sexual compulsivo e inventário de triagem de transtorno hipersexual. Em relação à evolução da doença, os indivíduos foram divididos em 3 grupos, dispostos nas seguintes situações da duração da DP, menor de 4 anos, entre 3 a 4 anos e mais de 8 anos de DP. RESULTADOS: Foram avaliados 68 pacientes de DP,sendo 40homens, entre 44-83anos, com mediana de 57,5 anos e 28mulheres, entre 44-86 anos, com mediana de 64 anos. Nas mulheres, foram encontradas maiores alterações no desconforto corporal (p=0,03)na PDQ-39e na avaliação geral da PDQ houve prejuízo na comunicação(p=0,01). Por sua vez, os homens tiveram mais dificuldade, para atividades de vida diária leve(p=0,01), e complicação da terapia (p=0,006)respectivamente na MDS-UPDRSII e IV. O estágio 2 de Hoehn e Yahrfoi o mais prevalente. Na escala de satisfação de vida, as mulheres tiveram maior satisfação com a vida com os scores de 23,1 e os homens 21,6.O sexo masculino foi o que apresentou mais transtorno de hipersexualidade, e maior uso de LEDD na dose de 650mg/mg (p= 0,002). Não houve correlações significativas entre os níveis dos hormônios sexuais e as variáveis clínicas.CONCLUSÃO: Tanto o tratamento farmacológico da DP como a doença em si, podem vir interligadas frequentemente, tanto com disfunções sexuais e mesmo com outros SNM como a tentativa de suicídio relatada neste estudo. Há a necessidade de protocolos e diretrizes específicas para manejo clínico e orientações sobre as disfunções sexuais a estes pacientes, ainda carentes na literatura.
Banca Examinadora:
- Dr. Bruno Lopes dos Santos Lobato (Orientador - UFPA)
- Dr. André Salim Khayat (UFPA)
- Dra. Elizabeth Sumi Yamada (UFPA)
- Dr. Janari da Silva Pedroso (UEPA)
- Dra. Marília de Souza Araújo (UFPA)
- Dra. Milena Coelho Fernandes Caldato (CESUPA)