Título: Desenvolvimento de um painel molecular de medicina de precisão envolvido na resposta a terapia com uso de imatinibe em pacientes com leucemia mielóide crônica

Aluno: Tereza Cristina de Brito Azevedo Fernandes

Local: Auditório do NPO

Data: 30/06/2022

Horário: 09h

Resumo:

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) que tem inicio nas células tronco da medula óssea. A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma síndrome mieloproliferativa clonal, caracterizada pela proliferação excessiva das células de linhagem granulocítica. O mesilato de imatinibe (MI) é o tratamento recomendado para a fase crônica da LMC, ele age a partir do bloqueio da atividade da tirosina quinase, a qual previne a transdução de sinais de energia necessários para a proliferação celular diferentes linhagens da LMC e células progenitoras hematopoiéticas. Cerca de 20-30% dos pacientes são resistentes ao tratamento com MI. O monitoramento da resposta terapêutica permite avaliar o tipo de resposta e a detecção precoce de possíveis resistências ao tratamento. O objetivo do estudo foi investigar a associação de 72 biomarcadores moleculares, envolvidos na via carcinogênica e de metabolismo do imatinibe com a resposta terapêutica ao imatinibe empacientes com LMC. A genotipagem das variantes genéticas foi realizada por discriminação  alélica utilizando a tecnologia TaqMan OpenArray Genotyping no equipamento QuantStudio™12K Flex Real Time PCR System. Os resultados demonstraram que indivíduos com o genótipo recessivo GG para a variante rs2372536 no gene ATIC tem aproximadamente três vezes mais chances de desenvolver falha no tratamento com imatinibe no decorrer do tempo. Assim como, os indivíduos que possuem o genótipo TT para a variante rs10821936 no gene ARID5B têm maior risco de falha do tratamento. Quando foi analisada a resistência primária ao imatinibe, obtivemos como resultado que para o SNV rs12505410 do gene ABCG2, os pacientes com o alelo G tem menos risco de não apresentarem resistência primária do que indivíduos com o genótipo TT. E na resistência secundária, obteve-se que para a variante rs2290573 do gene ULK3, pacientes com o genótipo recessivo AA tem três vezes mais chances de desenvolver resistência ao longo do tempo do que pacientes com outros genótipos. Além disso, a combinação de diversas variantes genéticas apresentara diferença estatística para resistência primária e secundária. Em conclusão, mostramos que variantes nos genes investigados podem influenciar potencialmente a resposta terapêutica ao imatinibe em pacientes com LMC.

 

Banca Examinadora:

  • Dr. Ney Pereira Carneiro dos Santos (Orientador)
  • Dra. Ana Luísa Langanke Pedroso Meireles (HEMOPA)
  • Dra. Marianne Rodrigues Fernandes (UFPA)
  • Dra. Patrícia Danielle Lima de Lima (UEPA)
  • Dr. Paulo Pimentel de Assumpção (UFPA)