Título: O papel do SLC22A1 e da ancestralidade genômica na toxicidade durante o tratamento de crianças portadoras de leucemia linfoide aguda na Região Amazônica

Aluno: Sweny de Sousa Marinho Fernandes

Local: Videoconferência - Link

Data: 29/06/2022

Horário: 10h

Resumo:

No Brasil, a leucemia linfóise aguda (LLA) é a principal causa de morte em crianças e adolescentes sendo a neoplasia mais prevalente na faixa etária infantil. A toxicidade relacionada ao tratamento é uma das principais causas de interrupção na quimioterapia, influenciando diretamente na sobrevida dos pacientes. A ancestralidade ameríndea é um importante fator para esse evento devido a flutuação de frequências de variantes genéticas como nos genes NUDT15 e no SLC22A1, genes que compõem as vias farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos quimioterápicos. O presente estudo objetivou investigar possíveis associações entre os polimorfismos dos genes NUD15 (rs1272632214) e o SLC22A1 (rs202220802) e da ancestralidade genômica associada a toxicidades decorrentes do tratamento da LLA nas crianças tratadas na região amazônica do Brasil. A população estudada foi composta por 51 pacientes com diagnóstico recente de LLA durante a indução do tratamento com o protocolo BFM 2009 entre um a 18 anos de idade ao diagnóstico, sem histórico de recaída prévio, sem comorbidades prévias, ou outros tipos de câncer pregressos. Foram realizados testes laboratoriais no inicio do tratamento, antes e após a segunda fase de tratamento e eventos adversos foram compilados em tabela única sendo as toxicidades estratificadas entre moderadas e severas de acordo com a Guia de Critérios de Toxicidade do Nacional Cancer Institute. O DNA foi extraído dos pacientes de acordo com o método convencional de Sambrook e as amostras foram quantificadas no equipamento NAnoDrop ND-1000, bem como a genotipagem dos polimorfismos e a avaliação da ancestralidade genômica foi realizada. Após a coleta de dados e a analise do material genético foi realizada análise estatística. Nossos resultados evidenciaram uma associação significativa do risco de toxicidade severa quando na presença da variante do gene SLC22A1 (OR:3,18, p = 0,031). A análise de ancestralidade genética demonstrou que paciente que possuem alta contribuição de ancestralidade africana tem um fator protetivo significativo contra o desenvolvimento de toxicidades (OR: 0,174; p = 0,010), possivelmente devido o aos fatores de risco associados a contribuição ameríndia. Nossos resultados indicam que a população miscigenada com alta ancestralidade africana tem o menor risco de desenvolvimento de toxicidade durante a indução na terapia de LLA. Adicionalmente os indivíduos com variantes genéticas associadas ao SLC22A1 tem um risco maior de desenvolvimento de infecções durante essa fase do tratamento.

 

Banca Examinadora:

  • Dr. Ney Pereira Carneiro dos Santos (Orientador)
  • Dr. André Salim Khayat (UFPA)
  • Dra. Marianne Rodrigues Fernandes (UFPA)
  • Dr. Sidney Emanuel Batista dos Santos (UFPA)