Título: A exposição pré-natal ao ácido valproico aumenta o número de micróglias na camada molecular do giro denteado, altera a atividade exploratória e a avaliação de risco em novos ambientes em camundongos fêmeas adultas

Aluno: Alinne Lorrany Gomes dos Santos

Local: Auditório do NPO

Data: 29/01/2020

Horário: 09h

Resumo:

O transtorno do espectro autista (TEA) é definido como um disturbio do neurodesenvolvimento e sua prevalência está aumentando ao longo do tempo. O modelo de camundongo que emprega a exposição ao ácido valproico durante a gestação para imitar o TEA tem sido amplamente utilizado para investigar o comportamento social anormal em associação com alterações celulares. No entanto, nenhum relato explorou a potencial influência que o enriquecimento ambiental precoce pode ter em tarefas hipocampo-dependentes e na resposta microglial na camada molecular do giro denteado em camundongos fêmeas adultas. Neste estudo, comparamos as atividades exploratórias e locomotoras de camundongos BALB/c adultos expostos in utero ao ácido valproico (VPA), contamos o número de micróglias e estimamos o volume na camada molecular do giro denteado usando a estereologia. Para esse fim, as fêmeas no dia 12.5 da gravidez receberam VPA diluído em soro fisiológico (600 mg/kg de peso corporal) ou volume igual de solução salina. Seus filhotes foram alojados em gaiolas de laboratório padrão ou enriquecidas a partir do 21º dia pós-natal em diante. Aos 5 meses de idade, as fêmeas foram submetidas a testes comportamentais e seguidamente tiveram seus cérebros processados para marcador seletivo microglial (IBA-1 anticorpo). Nas avaliações de campo aberto (distância percorrida, imobilidade, linhas cruzadas e índice de ocupação da periferia vs. centro), labirinto elevado em cruz (distância percorrida, imobilidade e índice de ocupação dos braços fechados vs. abertos) e na quantificação microglial e volumétrica mostraram diferenças significativas entre os grupos VPA e controle, (teste t bicaudal, p ≤ 0,05). Embora a ANOVA de duas vias tenha revelado influência significativa do ambiente nas tarefas comportamentais dependentes do hipocampo, o número de micróglias e o volume da camada molecular do giro denteado, independente do ambiente, foram significativamente maiores nos grupos de ácido valproico. Sugerimos que processos inflamatórios centrais associados à exposição ao ácido valproico durante a gestação estão congruentes às alterações comportamentais do modelo murino de TEA e que a estimulação somatossensorial, motora e cognitiva do enriquecimento ambiental a partir do desmame possa ser benéfica na redução de anormalidades comportamentais na idade adulta.

 

Banca Examinadora:

  • Dr. Daniel Guerreiro Diniz (Orientador - UFPA)
  • Dr. José Antonio Picanço Diniz (IEC)
  • Dr. Luiz Carlos Santana da Silva (UFPA)
  • Dra. Marcia Consentino Kronka Sosthenes (UFPA)