Título: Pesquisa de mutações nos genes UL97 e UL54 do citomegalovírus associadas à resistência à antivirais em receptores de transplante renal

Aluno: Carla de Castro Sant'Anna

Local: Auditório da Radioterapia do Hospital Ophir Loyola

Data: 13/11/2020

Horário: 13h30

Resumo:

A infecção pelo citomegalovírus humano (HCMV) é reconhecida como uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em receptores de transplante renal. Atualmente, existem quatro fármacos antivirais (Ganciclovir, Valganciclovir, Foscarnet e Cidofovir) para prevenir e tratar a infecção e doenças causadas pelo HCMV. Contudo, uma terapia antiviral prolongada pode levar à resistência antiviral associada ao desenvolvimento de mutações nos genes virais fosfocinase (UL97) e/ou DNA polimerase (UL54). A identificação das mutações de resistência aos fármacos anti-HCMV é importante no sentido de melhorar o tratamento dos doentes. Este estudo teve como objetivo pesquisar mutações nos genes UL97 e UL54 em receptores de transplante renal. O estudo foi realizado no Hospital Ophir Loyola (Belém-PA) em receptores de transplante renal no ano de 2016 a 2018. Foi realizado o acompanhamento da carga viral de CMV e vírus BK (BKV). Os genes foram amplificados por PCR em tempo real e sequenciados pelo método de Sanger. A informação genética foi comparada com estirpes CMV de referência e descrita como mutações de resistência, polimorfismos ou mutações de fenótipo desconhecido. As mutações foram observadas em 15 amostras (22.72%) de 66 amostras de pacientes analisadas. A maioria dos casos envolveu mutações no UL97 com 13 amostras analisadas, e em quatro amostras houve mutação em ambos os genes. Mutação única do gene UL54 foi observada em apenas uma amostra analisada. Mutações de resistência de alto nível no UL97 como M460V, L595S, duas mutações conjuntas (S472N + C495W e D465R + Del524) e uma deleção de 3 códons (del598-601). A pesquisa de mutações nos genes do CMV identificou mutações que conferem resistência a antivirais padrões como ganciclovir e cidofovir utilizados no tratamento desses pacientes. Adicionalmente, foi identificada mutações de fenótipo desconhecido, as quais poderão ser importantes no aparecimento da resistência antiviral. As mutações de resistência observadas nas análises não levaram a uma resposta inadequada à terapia com impacto no outcome dos pacientes. Outros fatores podem também ter sido importantes para a resposta dos receptores de transplante de rim. Curiosamente, a maioria dos indivíduos apresentavam carga viral indetectável sugerindo que essas alterações independem da alta carga viral.

 

Banca Examinadora:

  • Dr. Rommel Mario Rodriguez Burbano (Orientador - UFPA)
  • Dr. André Salim Khayat (UFPA)
  • Dra. Angelita Silva de Miranda Corrêa (HEMOPA)
  • Dr. Bruno Lopes dos Santos Lobato (UFPA)
  • Dr. Carlos Alberto Machado da Rocha (IFPA)