Título: Níveis de vitamina D na Região Norte do Brasil: Dados de um estudo de base populacional (VIDAMAZON)
Aluno: Natércia Neves Marques de Queiroz
Local: Videoconferência - Link
Data: 15/07/2020
Horário: 18h
Resumo:
Níveis normais de vitamina D (VD) permanecem controversos. A Sociedade Americana de Endocrinologia (ES) adota ≥30ng/mL como valor ideal e divide indivíduos com 25-hidroxivitamina D (25 (OH) D) baixa em insuficiência (20-30 ng / mL) e deficiência (<20 ng / mL). Por outro lado, o Institute of Medicine (IOM) define como normais níveis séricos acima de 20 ng / mL. Desse modo, faz-se necessário investigar a real prevalência de deficiência de VD, principalmente em uma população equatorial e pouco suscetível a variações na exposição solar ao longo do ano, por meio de um estudo com amostra populacional representativa. Para este fim, realizamos um estudo transversal com 31.853 indivíduos saudáveis da Região Norte do Brasil, cujos níveis séricos de 25 (OH) D e paratormônio intacto (PTH) foram dosados pelo método de imunoensaio. Excluímos da amostra pacientes com história prévia de doenças agudas ou crônicas, níveis anormais de cálcio, creatinina, glicemia ou albumina. Encontramos 29,1 ± 8,2 ng / mL como níveis médios de 25 (OH) D e <12,7 ng/mL foi o valor correspondente a <-2 DP da média. A hipovitaminose D esteve presente em 10% e 59% dos indivíduos, de acordo com os critérios do IOM e ES, respectivamente. Os indivíduos foram divididos de acordo com quatro faixas etárias: 3801 (12,6%) crianças (0 a 9 anos), 2150 (7,1%) adolescentes (10 a 19 anos), 18320 (60,6%) adultos (20 a 59 anos) e 5953 (19,7%) idosos (> 60 anos) e seus níveis de 25 (OH) D foram: 33 ± 9; 28,5 ± 7,4; 28,3 ± 7,7; 29,3 ± 8,5 ng / mL, respectivamente. Todos os grupos diferiram nos valores de 25 (OH) D, exceto adolescentes versus adultos. Nosso modelo de regressão mostrou IMC, sexo, zona habitacional (urbana ou rural) e idade como variáveis independentes para níveis de 25 (OH) D (r² = 0,023, p <0,05; r² = 0,023, p <0,05; r² = 0,005, p <0,05; r² = 0,002, p <0,05). Comparando indivíduos com deficiência de VD (<20 ng / mL) e insuficiência de VD (20-30 ng / mL), foi encontrada uma diferença entre os níveis de PTH nesses dois grupos (95,9 ± 24,7pg / mL vs 44,2 ± 64,5 pg / mL; p <0,01). Além disso, o nível de VD que se apresentou como preditor mais acurado para diagnóstico de hiperparatireoidismo subclínico, na curva ROC, foi de 26 ng / mL. Nossa população equatorial apresentou baixa prevalência de hipovitaminose D, variando com a faixa etária. Adicionalmente, nossos dados de PTH corroboram a existência da classificação em insuficiência de VD, proposta pela Endocrine Society.
Banca Examinadora:
- Dr. João Soares Felício (Orientador - UFPA)
- Dra. Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos (UFPA)
- Dra. Karem Mileo Felício (UFPA)
- Dra. Márcia Costa dos Santos (UFPA)
- Dra. Marília de Souza Araújo (UFPA)